sexta-feira, 18 de maio de 2012



Estou há um ano em Botucatu. Nossa relação durou mais do que meus últimos relacionamentos. Nunca consegui manter as coisas por muito tempo. Auto boicote é um dos meus passatempos preferidos, acho pintura em cerâmica meio cafona.

E como todo aniversário de relação, achei de bom tom fazer uma cartinha pra ela, vou entregar amanhã pra Estátua do João Paulo (não é o Papa, é o do Daniel). Ele vai me entender, pela expressão dele não fui a única que pirei por aqui e passou a rir assustadoramente e de forma afetada.




Botucatu é verde, as pessoas são amarelas, achei bem patriota, nem curto muito essa vibe mas acho que na copa vai ficar legal. Não importa pra onde você vá, sempre vai ser subida. Quando voltar, por algum motivo obscuro é subida também. Mas tirando isso, botucatu te recebe de braços abertos, te acolhe, tipo a Bruxa do João e Maria que te convida pro jantar mais o prato principal é você.

Eu tentei sobreviver a Botucatu, mas quando me olhei no espelho eu já estava amarela. Já sabia onde era a rua principal e o nome do dono de metade dos botecos da cidade. Sinal de que é hora de ir embora. Que fiquem com todas as histórias inventadas sobre mim, com as informações arrancadas da minha vida e repassadas por debaixo do pano.

Porém não ache que não vou deixar a minha marca aqui. Só estou escolhendo um lugar menos movimentado pra fazer xixi.

Costumo realmente ser ingrata, não é o caso. Reconheço tudo que recebi de bom aqui. Faria uma lista enorme de gente que me ajudou (ou atrapalhou tentando ajudar mas reconheço a boa intenção). Mas tô com saco não. Quando for rica mando um mimo.

De resto, amanhã cato um mapa do brasil e deixo a céu aberto. Onde o pombo cagar, é pra lá que eu vou, porque tá faltando coragem pra decidir e depois que tudo der errado de novo em outra cidade, eu quero ter quem culpar.

Será que nunca vou encontrar o que eu tô procurando num lugar? Parece papo de cafa, mas foi mal Botucatu, gosto muito de vc, mas o problema é comigo.